domingo, 30 de novembro de 2008

Arrumando gavetas. Que muvuca maluco!!!

Dizem os mais entendidos na pisque humana que arrumar as gavetas faz bem a mente. Ou seja, estamos também arrumando gavetas do nosso cerébro. A medida que vamos arrumando as coisas, nos acalmamos, colocamos nossos pensamentos em ordem, baixamos a adrenalina, a ansiedade e nossas compulsões se tornam infinitamente menores. Hoje resolvi arrumar as gavetas depois de chegar literalmente de uma roubada. Decidi visitar uma feira de artigos regionais e internacionais que aconteçe todo ano no Rio. Uma verdadeira saga entrar no pavilhão. A fila de compra dos bilhetes se mostrava interminável sob um sol quente. Chegando no tal pavilhao vislumbrei uma multidão completamente perdida sem saber qual stand visitar, se focar. Uns se aglomerando aqui e acola. Crianças correndo, sorvete derretendo, corpos ensopados de suor, senhoras com aquele olhar de desespero querendo uma cadeira, ou algum lugar onde pudesse se recostar. Resolvi comer num stand de comidas nordestinas mas não me toquei que bem ao lado rolava uma recreação infantil. A tal pessoa que fazia a recreação gritava aos quatro ventos frases de ânimo, atenção e alegria. Que alegria que nada. Parecia que comandava um bando de seres surdos. Eu mal conseguia fazer o meu pedido ao garçom. Tentei comer algo e sai dali correndo com os tímpanos agradecendo. Me dirigi aos stands internacionais. Outro tumulto. Parecia que meio mundo havia se concentrado ali. Pessoas com olhares perdidos e caminhando como se estivessem numa procissão. Não dava para correr ou apertar o passo. Consegui chegar ao stand da França para procurar um tal gel de pele acneica. Não encontrei. Mas comprei um perfume gostoso e barato. Milagre!
Agora vou me embora. Não aguento mais. O barulho é enorme. Vi casais de namorados sentados conversando. Como é que pode. Só o amor mesmo. Caminhei tentando encontrar a saída.
Ufa, consegui. Finalmente vou até o estacionamento e volto para casa. Definitivamente, acho que já morri pisoteada. Não aguento muvuca, multidões de jeito nenhum.
Uma ocasião minha tia paterna me levou para conhecer Argentina (eu tinha16 anos). Vovó como sempre fez uma promessa a N.Sra. de Lujan. E lá fui eu dentro de um trem até Lujan para pagar a tal promessa. O trem apinhado de gente. Parecia o ultimo vagão para alcançar o final do arco iris. É claro que eu desmaiei e minha tia me reanimou com um perfumizinho que tinha na bolsa. Até hoje lembro deste episódio.
Amanhã termino de arrumar mais gavetas...

Um comentário:

By Mari Molina disse...

É Ju,
Esse pânico de multidão, pelo visto, te acompanha há muito...
Beijos